segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Pensar Gastronomia


Desde os 12 anos, quando nos mudamos pra casa nova eu comecei as minhas peripécias na cozinha, um bolo de microondas ali, outro arroz na hora do almoço pra ajudar a mãe. E eu adorava, sempre gostei da cozinha, daquela confusão que se fazia na segunda feira, dia de feijão, acompanhado de arroz, bolinho de carne, couve refogada e salada de alface, que eu sempre deixava pro final junto com o caldinho de feijão. Vem desde essa época minha paixão pela cozinha, uma paixão meio controversa, eu penso gastronomia não só pela ciência, não só pelo fato de nos dar prazer na hora de cozinhar ou no momento em que dividimos a alegria de uma mesa cheia com os amigos. Eu penso gastronomia como arte, a arte de uma mesa bem arrumada, a arte de um prato bem elaborado, penso gastronomia como uma coisa que se aproxima de obras de arte. Penso gastronomia como escrita, um cardápio bem feito pode levar você a se apaixonar por uma comida antes mesmo de ela ser degustada. Pensar que antes de qualquer cliente estar sentado à mesa, já estivemos nessa mesma discutindo como será feito cada detalhe para que se tenha uma “perfeição” na hora que o cliente chegar para ter, porque não, a melhor refeição da sua vida. Pensar gastronomia é sentar pra comer qualquer coisa e sempre fazer um comentário sobre o que está sendo servido e o porquê estamos ali degustando aquele prato. E é engraçado como nós, que estudamos para isso, vemos as coisas de outro ângulo, de uma forma totalmente diferente, sempre temos aquele olhar critico pra aquela salsinha decorativa que chegou no lugar errado. E eu gosto muito de pensar assim, que cada pessoa, com a sua experiência, têm uma forma de reagir à comida que chega à mesa para ser degustada. Um arroz com feijão pode me trazer a lembrança de uma segunda feira engraçada, como para outra pessoa pode trazer qualquer outra história de família e para o seu amigo, ali do lado, que não suporta gostar de feijão, pode trazer uma idéia totalmente diferente desse momento idêntico, ou não, que todos estão vivendo. Pensar gastronomia é único e extremamente especial para cada pessoa. Pense nisso.

Pensando gastronomia ao som de Beatles – We can work it out

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Gastronomia é plural

Teve uma época em que tinha que almoçar sozinha em um restaurante, e não tenho boas lembranças desse tempo em que a minha única companhia era talvez a do garçom que vinha pedir o que eu gostaria de tomar (era sempre uma água sem gás). Gosto de mesa cheia, de demorar pra terminar de comer por ter muitos assuntos pra colocar em dia. Gastronomia é plural, pode ser aquela confusão na mesa do Natal ou a rotina do almoço diário com os amigos da faculdade. Vejo da melhor forma possível aquelas pessoas que dividem a mesa do refeitório com desconhecidos, talvez nem tão desconhecidos assim, mas que se não fosse aquele espaço sobrando, aquela cadeira vazia, não fosse conhecer uma pessoa diferente e porque não, especial. Gastronomia é plural, um ingrediente sozinho “não faz verão”, o sal sozinho pode ser só o sal, o sal como acompanhante pode ser o melhor ingrediente que podemos conhecer. Gastronomia é plural, uma pizza fica muito mais divertida e interessante quando discutimos a vida em uma mesa rodeada de amigos ou quando brigamos pelo ultimo pedaço na bandeja do garçom. Deixamos até de sofrer pelas calorias pelo tanto de assunto diante de uma mesa repleta de tentações. Gastronomia é plural naquele barzinho de esquina com os amigos, no pastel da feira de sábado de manhã junto da mãe, no restaurante que você adora ou naquela churrascaria que você vai só pra agradar teu pai. Gastronomia é uma palavra grande, e pra mim é igual coração de mãe, sempre cabe mais um, pode chegar.


Escrevendo no plural com Beatles – Here Comes the Sun

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Ooby Dooby Rock

Ontem fomos ao Ooby Dooby, como sempre vamos, pelo menos uma vez por mês desde que abriu em fevereiro. Normalmente (ou em quase todas as vezes) na terça-feira pelo querido 50 por cento nos lanches gourmets. O de ontem estava especialmente delicioso. Eu sempre escolho o mesmo, por medo de me arrepender, coisa que tenho que parar de fazer. A escolha foi unanime, todas as três pedimos o Classic. Pedimos a bebida antes para ficar nos distraindo enquanto o pedido não chega, até porque normalmente demora um pouquinho, mas ontem chegou super rápido. Ai ficou aquela coisa, gostamos pela rapidez do pedido e ao mesmo tempo não gostamos de tomar chopp com a comida. Com a pressa do lanche em chegar na mesa ficamos beliscando as batatas fritas que acompanham o hambúrguer. Me arrisquei até em misturar um pouco de mostarda com o catchup, coisa que nunca faço. A cozinha foi muito feliz na cocção de todos os ingredientes, deixando aqui um salve pro bacon que estava deliciosamente crocante. Apenas uma coisa a ressaltar, a porção da batata deveria ser porcionada de modo que todos viessem com a mesma quantidade no prato. Enfim, com o hambúrguer acompanhado da batata frita e o chopp foram gastos 15 reais, muito bem aproveitados.



Classic


Ah, outra coisa que gosto muito lá são os sofás em forma de U que circundam a mesa, fica uma coisa mais confortável. Sempre vou pensando em conseguir aquelas mesas, por que as outras do meio são meio desconfortáveis e no deck de fora bate muito vento (e se tem coisa que me irrita é muito vento e guardanapo voando).

Escrevendo ao som de Seu Jorge – Eu sou o samba